Juíza nega liminar para comerciantes de camelódromo incendiado



A juíza da 10ª Vara da Fazenda Pública do Rio, Simone Lopes da Costa, garantiu nesta terça-feira (27), a realização dos trabalhos de limpeza e remoção das barracas do camelódromo atrás da Central do Brasil, que pegou fogo na segunda-feira (26). Mais cedo, cerca de 200 comerciantes tentaram impedir a demolição do centro comercial.

Os proprietários das lojas incendiadas queriam que o trabalho se limitasse à demolição de dois prédios, e nada mais fosse feito no local antes de uma resposta do governador Sérgio Cabral sobre a reconstrução do camelódromo. No entanto, o pedido de liminar foi negado.

“É fato incontroverso que a área discutida nos autos sofreu incêndio de grande porte, sendo certo que há necessidade de retirar todo material existente na área em decorrência do incêndio, de modo a evitar novos acidentes”, destacou a juíza em sua decisão.

Segundo a Empresa de Obras Públicas (Emop), serão necessários cinco dias até que tudo seja demolido. A polícia acompanhou de perto a negociação entre os representantes da Associação dos Comerciantes e da Emop. A Coderte, administradora do local, anunciou a construção do novo Terminal Rodoviário Américo Fontenelle e a modernização do comércio local. A previsão é que as obras comecem até agosto.

Internautas registram o incêndio


“O fogo destruiu 18 mil metros quadrados de uma área de 32 mil metros quadrados. Vamos demolir tudo isso. O novo terminal vai ocupar todo esse quarteirão”, disse o presidente da Emop, Ícaro Moreno, destacando que o trabalho de limpeza do terreno deve levar, ainda, no máximo uma semana.

Segundo testemunhas, o fogo teria começado em uma padaria. O trabalho de rescaldo durou quase todo o dia no camelódromo. Só restaram ferros, mercadorias queimadas e muitas cinzas. A perícia investiga se houve a explosão de um botijão de gás. Ninguém ficou ferido no incêndio.

A remoção ficou para esta quarta-feira (28), depois que os comerciantes tirarem o que sobrou de dentro das lojas.
Além do camelódromo, o fogo também comprometeu a estrutura de um dos dois hotéis que existe na região. De acordo com Ícaro Moreno, o imóvel, que ainda está sendo avaliado pela Defesa Civil, está bastante danificado e deve ser demolido.

Depois de um longo trabalho de rescaldo, por volta das 10h desta terça-feira (27) bombeiros liberaram a área do camelódromo que pegou fogo para os peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). O primeiro local vistoriado e fotografado pelos técnicos foi a padaria onde, segundo testemunhas, o incêndio que destruiu cerca de 600 boxes, teria começado.

Muitos comerciantes acompanham o trabalho dos bombeiros, na esperança de ver o local liberado para ver o que foi salvo do incêndio. Eles ainda estão avaliando os prejuízos.

Comerciantes lamentam prejuízo
Os comerciantes do camelódromo lamentam o prejuízo. Lourival Pereira de Melo tem uma loja de comida nordestina há 15 anos no local. Ele conseguiu tirar três botijões de gás de seu estabelecimento, mas dois botijões ainda ficaram no interior da loja.

“Eu consegui tirar três botijões de gás, mas ainda ficaram lá dentro mais dois. Tem muita coisa de valor para mim lá dentro”, afirmou.
Outro que teve prejuízo foi Glenio Ricardo. Ele conseguiu tirar todos os artigos que vendia em sua loja, mas mesmo assim calcula que teve um dano de R$ 150 mil. “Tenho R$ 150 mil de prejuízo, só estou esperando o fogo baixar e o bombeiro sair, para reecomeçar a minha vida. Vai ser dureza”.

A comerciante Verônica da Silva era comerciante no local há 20 anos.“Só tinha isso e agora não tenho mais nada, não tenho nem o que pensar. Tenho R$ 20 mil de prejuízo e ainda estou cheia de dívidas. Tinha feito um empréstimo para comprar mercadorias”.

0 Response to "Juíza nega liminar para comerciantes de camelódromo incendiado"

Postar um comentário